quinta-feira, janeiro 11, 2007

Documento Único ... da treta


Esta história passou-se comigo. Depois de mais uma compra lá fui tratar do registo da minha Lambretta. Entregues os documentos na Conservatória do Registo Automóvel na Rua de Camões do Porto, esperei em casa pela chegada do Documento Único Automóvel (DUA) atestando as características técnicas do veículo e a minha condição de proprietário do mesmo.
Chegada a carta, li com atenção o que dizia. Em conjunto com o DUA há um texto que nos aconselha a ler atentamente tudo e verificar da correcção dos dados lá inscritos. Cumprindo essa orientação, dei conta que constava como data do primeiro registo 25/07/1958 quando eu sabia que essa data era 29/08/1953 (é uma Lambretta 125 LD).
Na mesma carta aconselham-nos a, "caso seja necessário proceder a qualquer rectificação" contactar um balcão de atendimento do DUA "para que se proceda à respectiva alteração e à emissão de um novo documento".
Tentanto saber onde era o famoso "balcão de atendimento" do DUA, fiz uma pesquisa no google tendo chegado à indicação de que esse balcão ficava, afinal, na mesma Conservatória do Registo Automóvel onde tinha tratado da transferência de propriedade.
Na esperança de resolver o assunto dirigi-me à Rua de Camões. Lá chegado, o funcionário disse-me que confirmava que os dados inscritos no DUA estavam errados. No entanto, para corrigir o problema teria de me deslocar à Direcção Geral de Viação (DGV), pois é essa a entidade que pode corrigir o problema. Disse-lhe que não me importava que assim fosse, mas que deveria ser ele a tratar de resolver o problema da forma que entendesse. Havendo de contactar a DGV ele que o fizesse, pois para mim o front office do DUA era ali. Mas não, o funcionário voltou a repetir que não poderia fazer a alteração e que eu teria mesmo de me deslocar à DGV.
Sentindo-me enganado pedi o Livro de Reclamações lavrando o meu protesto pelo facto de ter recebido informações erradas no próprio site do Ministério da Justiça.
Esta semana recebi a resposta da reclamação, dizendo que a Conservatória do Registo Automóvel teve o procedimento correcto, pois os termos do acordo existente entre as duas entidades prevê que aquele tipo de assuntos sejam tratados na DGV.
Ora, eu quando ouvi o Primeiro Ministro a falar orgulhosamente da existência de um documento único que juntasse os dados do veículo e os da propriedade do mesmo acreditei que era verdade. Agora, enquanto utilizador, verifico que é mentira. Afinal, temos um Documento Único Automóvel, mas não temos uma entidade que faça a sua gestão: temos duas e que nem sequer comunicam entre si.
Enquanto assim for o DUA não passa de uma treta.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Florett


Um dos veículos populares que mais rivalizou com as Lambrettas nos anos 60 foram, sem quaisquer dúvidas, as motorizadas da Kreidler, nomeadamente as famosas Florett.
A casa alemã, que se antes de entrar na produção de veículos motorizados era conhecida pela produção de cabos electricos e de telecomunicações, decidiu avançar com este negócio depois da II Guerra Mundial um pouco com a mesma filosofia da Lambretta: produzir veículos fiáveis e baratos que permitissem a "democratização" do transporte individual.
Tendo começado com a produção da famosa R50 logo em 1951 a Kreidler cedo deu nas vistas, muito especialmente devido ao facto de, logo no primeiro modelo, ter sido provada a sua fiabilidade ao ser-lhe atribuída a capacidade para dar uma volta ao mundo.
A sua popularidade aumenta a cada modelo que vai saindo, aspecto que vai sendo reforçado pelos vários records de velocidade na cilindrada de 50cc que estas belas máquinas vão conseguindo. Mas como tudo o que nasce também morre, a Kreidler acabou por não resistir à avalanche nipónica dos anos 80 acabando por encerrar a sua produção em 1983.
Em Portugal foram vendidas muitas Kreidler's, especialmente do modelo Florett. Nos últimos tempos temos visto muitas delas aparecer com belos restauros nas concentrações de Motas Antigas, mostrando assim que também no segmento de 50 cc também há máquinas que merecem atenção.
Esta que estão a ver acabou o seu restauro no Natal de 2006. Um belo presente!

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Lambretta LC 125

Há cerca de 10 anos atrás encontrei numa feira de motas antigas em Vila Nova de Famalicão uma velha Lambretta à venda. Evidenciando já um grande interesse pelas Lambrettas, não tinha conhecimentos suficientes para perceber que mota era, realmente, aquela que estava à venda.
À primeira vista parecia uma Lambretta LD e foi nessa convicção que a comprei. O vendedor era um jovem de Arouca que me disse imediatamente que não tinha documentos dela, mas que iria tentar falar com o "velhote" que lha tinha vendido para ver se os conseguia. A verdade é que não conseguiu nada.
Como se pode ver pela foto, esta Lambretta estava em péssimo estado. Para além da ferrugem intensa, que "comia" a parte inferior do avental, faltam imensas peças, começando pelo depósto, o cilindro, o carburador, o escape, etc. Na altura a minha vontade de ter uma Lambretta era tanta que a comprei mesmo assim. O preço estava compatível com o estado.
Passados poucos dias da compra, e num dia em que me dediquei a estudar melhor aquela Lambretta, verifiquei, através da leitura do número do motor, que estava perante uma LC 125 e não uma LD. Ao saber disso ganhei um interesse redobrado por esta Lambretta, pois a LC é um modelo muito raro em Portugal, devendo mesmo ter sido o primeiro modelo a ser comercializado pela marca no nosso país.
Ao longo destes 10 anos a Lambretta foi ficando à espera da hora do restauro. Durante esse tempo consegui localizar o seu proprietário e legaliza-la em meu nome. O seu antigo (e único) dono contou-me que a Lambretta foi das primeiras a circular no Porto. Segundo me disse, outro exemplar terá sido vendido para a casa de vinho do Porto Nieport. Para que tenham uma ideia da antiguidade, a data do registo desta Lambretta é de Junho de 1951. Neste momento esta bela Lambretta ainda está em cima da banca de trabalho, mas perto do final do restauro, como se pode ver. Espero poder devolvê-la às nossas estradas dentro de um mês. Nessa altura trarei mais algumas fotos.

terça-feira, janeiro 02, 2007

T&C - Janeiro 2007


A Topos & Clássicos de Janeiro já está nas bancas. Depois de ter trazido uma excelente reportagem sobre a Lambretta LD 125 na edição do mês passado, este mês oferecem as capas para a colecção de um conjunto de cadernos alusivos à memória do Circuito de Vila do Conde, da autoria de João Mota Freitas.
Esta homenagem que a T&C vai fazer ao nosso circuito é justíssima. Na verdade, Vila do Conde sempre teve uma mística única no desporto automóvel nacional, sendo um dos emblemas desta cidade. Não é raro encontrar pessoas, em qualquer zona do país, que, ao dizermos que somos de Vila do Conde, nos devolvem um elogio por isso, aludindo às suas próprias recordações das corridas de automóvel.
Como vilacondenses lamento que o poder autárquico local tenha sido insensível a este ex-libris e que tenha destruido algo que levou décadas a construir. Felizmente a memória perdura e há quem a saiba manter viva.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

1947-2007


Durante o ano que hoje começa a Lambretta celebrará o 60º aniversário sobre a saída para a "rua" do primeiro modelo desta mítica marca: a Lambretta 125 m, também conhecida como Lambretta A.
O Lambretta Clube de Portugal tem um programa de actividades que inclui a realização dos habituais 3 passeios - Aniversário do clube em Abril, Encontro Anual em Julho e Luso-Galaico em Setembro. Entretanto veremos quantos Lambrettistas nacionais se mobilizarão para o Euro-Lambretta que este ano volta a realizar-se em Junho, desta vez na Alemanha.
Para além destas actividades é possível que ainda surjam algumas surpresas...