quarta-feira, junho 28, 2006

História da Lambretta em Portugal


A história da Lambretta em Portugal é um trabalho que está por fazer. Por isso, lanço daqui um apelo a todos os leitores d'A Lambretta. Quem tiver elementos que considere interessantes para juntar a esse trabalho, sejam facturas antigas de aquisição de Lambrettas, fotografias, catálogos, revistas, notícias ou anúncios de jornal, etc. que nos diga. Por outro lado, quem tiver interesse em colaborar nessa investigação que se apresente pois poderemos, todos juntos, fazer um trabalho que venha a ajudar a conservar a memória da Lambretta em Portugal.

Vende-se Lambretta


Está disponível para venda uma Lambretta LD 150 de 1955. Está completa e com toda a documentação em ordem. O estado geral de chaparia é bom. Não trabalha há cerca de 10 anos, precisando apenas de uma pequena afinação mecânica para voltar a funcionar.
Atendendo ao estado geral é uma excelente oportunidade para quem quiser fazer um restauro acessível.
Os interessados podem ligar para o 939180254.

Olha se fosse de Lambretta...

Vera Sampaio


O Público colocou na primeira página de ontem a notícia da nomeação de Vera Sampaio, filha do ex-Presidente da República Jorge Sampaio, para assessora do Ministro Pedro Silva Pereira. Li a notícia, que mais não é do que uma simples e neutra descrição de factos. Apesar disso, a chamada de um assunto tão banal como este à primeira página não é nada ingénua. No fundo a intenção é levar as pessoas para os já aqui referidos pensamentos negativos quanto à classe política, às amizades, privilégios, etc.
Neste assunto estou particularmente à vontade. É conhecida a minha ligação ao PSD, principal partido da oposição ao Governo e não conheço as pessoas envolvidas. Mas porque me parece importante fazer pedagogia democrática vou dar a minha oponião sobre o assunto.
Em primeiro lugar gostava de dar os parabéns ao Ministro que nomeou Vera Sampaio para sua assessora. Sem necessidade de conhecer a pessoa em causa, penso que a sua formação académica (direito) e aquilo que representa de experiência pessoal o facto de ser filha de alguém com a experiência política de Jorge Sampaio fazem dela uma mais valia para o Gabinete. Como é lógico, parto do princípio que o Ministro tem confiança em Vera Sampaio, aspecto que precede os que referi.
Em segundo lugar parece-me que a nomeação das pessoas que integram o gabinete de um Ministro deve ser da sua inteira e única responsabilidade. Não me parece justo que se criem outro tipo de limitações que não aqueles que a lei prevê. Ora, neste caso esses princípios estão absolutamente respeitados, conforme a referida notícia confirma.
Em terceiro lugar penso que é absolutamente natural que um Ministro de um Governo eleito pelo PS escolha para o seu núcleo restrito de trabalho pessoas em quem tenha absoluta confiança. Mais, parece-me natural que essas pessoas sejam militantes socialistas ou muito próximas.
Em quarto lugar entendo que quaisquer apreciações devem ser feitas, não aos nomeados mas sim aqueles que os nomeam. Neste caso, quem deve ser avaliado é o Ministro Silva Pereira em função do desempenho que tiver. Se, por acaso, ele escolheu mal os seus colaboradores, mais probabilidades haverá de o seu desempenho ser deficiente. Por isso mesmo é que esta é uma responsabilidade que assume sozinho.
É tempo de acabarmos de vez com a hipocrisia nestas coisas e de assumirmos - todos - um modelo saudável de funcionamento do Estado.

terça-feira, junho 27, 2006

Peças para Lambrettas


Quem tem uma Lambretta e a pensa restaurar começa logo com uma enorme dúvida. Como é que se irão arranjar as peças necessárias para o restauro se a marca já não se fabrica desde o início dos anos 70? À primeira vista seriamos levados a pensar que nos iríamos deparar como uma tarefa quase impossível. Felizmente não é assim.
Com efeito, para além de alguns lotes de peças originais perdidas em antigos representantes da marca ou mecânicos que lhe davam asistência (coisa cada vez mais rara de acontecer), há hoje quem se dedique a produzir peças novas para as Lambrettas, seguindo os modelos e as caracteristicas daqueles que saiam das linhas de produção da fábrica Innocenti.
O maior fornecedor mundial dessas peças é um senhor italiano de nome Vittorio Tessera - autor de vários livros sobre a história da Lambretta - que fundou uma empresa chamada CasaLambretta e que fornece praticamente todas as peças necessárias. Em Portugal o seu representante exclusivo é a casa "Original Vespa" do nosso amigo Nuno Vigoço, que possui uma oficina em Caneças, que, apesar desta representação, acaba por dedicar-se mais às Vespas, o que se poderá compreender face ao potencial de negócio.
O grande concorrente de Vittorio Tessera é também Italiano e dá pelo nome de Tino Sacchi. A exemplo da CasaLambretta, Tino também criou uma rede de representantes nos vários países, sendo representando em Portugal por Camilo Lopes, um amigo e pessoa bem conhecida de todos os Lambrettistas portugueses.
Com estes dois contactos penso que ninguém se poderá queixar de falta de peças para restaurar a sua Lambretta.
Quanto aos preços das peças há um referencial que pode sempre ser tomado e que é do conhecimento generalizado. Trata-se da lista de preços que a CasaLambretta publica anualmente no seu site. Os preços praticados poderão variar alguma coisa em relação a esse referencial, mas o ideal é que seja pequena e, de preferência, para baixo.
Depois disto já não há desculpas. Toca a começar a restaurar essas Lambrettas!

A metamorfose do Kafka


Não tarda muito e um destes dias ainda vemos o Kafka de Lambretta!

Um Vespista convertido


Do nosso leitor TP recebemos esta mensagem:


"Acabei de encontrar o seu site e gostei bastante do que la encontrei, principalmente os relatos da vossa ida ao Eurolambretta. Já agora aproveito para me apresentar melhor, sou TP, sou doVespa Clube de Lisboa e tenho uma lambretta DL 150 de 1970 que comprei no início deste ano, e na qual uso diariamente para as voltas (faço cerca de 80km por dia nela).
Sempre fui "vespista", e já há algum tempo que procurava uma Lambretta. De momento só tenho mesmo a lambretta e não estou nada arependido ( a única "queixa" é o preço das peças... a vespas são de manutenção mais barato :)
Espero podermos ver por aí na estrada, inclusive estou a pensar ir aconcentração no meio de Julho, como fica perto de Lisboa."

Eu também espero encontrar o TP no 6º Encontro Nacional de Lambrettas e Lambrettistas que o Lambretta Clube de Portugal vai organizar nos próximos dias 15 e 16 de Julho em Alcobaça. Até lá, volte sempre e boas curvas com a sua Lambretta!

Rio Ave FC - Novo estádio?


Há alguns dias fomos surpreendidos pela notícia de que estaria em preparação o projecto de construção de um novo estádio para o Rio Ave FC. A nova edificação seria localizada no lugar do actual campo de treinos, sendo que o actual estádio daria lugar a um empreendimento comercial, o que viabilizaria financeiramente a operação. O blog do clube falou nisso e parece que alguns jornais desportivos também terão abordado o assunto. Na última reunião do executivo municipal entendi por bem questionar o Sr. Presidente da Câmara Municipal sobre o assunto. Em resposta Mário Almeida disse-me que:
1.- Houve uma abordagem verbal por parte do Presidente do Rio Ave FC sobre essa eventualidade, não tendo dado entrada na Câmara nenhum documento do clube formalizando o pedido.
2.- Os terrenos em que está o actual estádio estão classificados no Plano Director Municipal como “Zona Desportiva”.

Perante estas explicações dadas com clareza pelo Sr. Presidente da Câmara é possível tirar as seguintes conclusões:
a) Até este momento não há mais do que uma ideia de construir um novo Estádio. Não há projectos nem pedidos formais à Câmara nesse sentido.
b) À luz do Plano Director Municipal a construção de edifícios com fins comerciais no lugar do actual estádio está totalmente impedida. Caso avançasse configuraria uma ilegalidade grave.

Sabendo nós das dificuldades financeiras do Rio Ave FC, que o impedem de avançar para um projecto desta envergadura apenas com capitais próprios, chega-se facilmente à conclusão de que estamos perante uma notícia sem a mínima credibilidade, já que não há condições para que a ideia se concretize.

segunda-feira, junho 26, 2006

A ameaça amarela

Unipower GT


Há dias falei aqui do único Unipower GT existente em Portugal a propósito do trabalho de restauro a que foi submetido. Como se trata de um carro com história e que nos deve orgulhar a todos que esteja em Portugal (ainda para mais, nas mãos de um Vilacondense), aconselho a todos a visita ao site que o Rui Sanhudo criou para homenagear este belíssimo carro de carrida.

Quadros de Excelência

Num debate sério e interessante (que está a acontecer sem a necessidade de caixas de comentários, como podem ver...), o Mário voltou à carga sobre os Quadros de Excelência para reafirmar a sua oposição à sua existência nas escolas.
Aquilo que o Mário vem agora repisar parece-me perfeitamente descabido com o que está em causa. Na verdade quando ele diz que os Quadros de Excelência são "elementos paralelos de reconhecimento" para além das notas que os alunos obtém no final do período escolar mostra que não percebe verdadeiramente do que estamos a falar. Caro Mário, não se trata de criar um sistema de avaliação paralelo, mas de um complementar. Os alunos devem ser avaliados como todos nós somos em tudo o que fazemos ao longo da vida. A existência de um Quadro de Excelência não é nada de paralelo. Quando muito, poderemos dizer que é uma bússola que indica o caminho que se pretende para todos: a excelência. Um aluno deve almejar boas notas. A mim, parece-me bom que nessa sua batalha pessoal ele saiba quais são os padrões mais elevados aos quais poderá aspirar. Se não acha isso importante, tudo bem. Só significa que pensa de forma diferente de mim.
Imagine que no desporto não existiam records nacionais nem records mundiais e apenas mínimos de participação. Acha que os atletas se esforçariam tanto no desenvolvimento das suas qualidades? Acha que o desporto, como um todo, evoluia? Eu acho que não. E como gosto de desporto, eu acho que é bom que continuem a haver records. E quadros de excelência, claro!

Grande cabeça!

Épico


Portugal venceu o jogo dos oitavos de final com a selecção da Holanda e qualificou-se para a próxima fase do mundial. A magra vitória por 1-0 acabou por ter contornos épicos, pois estivemos grande parte do tempo a jogar em inferioridade numérica - primeiro com 10 e depois com 9 jogadores.
Deste jogo ressalto o seguinte:
- O grande golo de Maniche. A jogada foi muito bonita e a finalização do centrocampista foi brilhante.
- O espírito de entreajuda da nossa selecção e a forma como os jogadores souberam unir-se na luta contra a adversidade. Nesse aspecto a nossa selecção foi simplesmente espectacular.
- O acerto defensivo que demonstramos. Num jogo em que praticamente todos os jogadores levaram cartões (amarelos e vermelhos) é notável que os nossos centrais tenham conseguido passar perfeitamente limpos.
- A dureza excessiva dos holandeses e sua falta de fair play. O lance brutal contra Cristiano Ronaldo logo no início e a forma como tentaram aproveitar-se de uma bola que nos deveria ter sido entregue em sinal de fair play são indesculpáveis.
- Algum excesso de zelo do árbitro na mostragem dos cartões. É verdade que os jogadores nem sempre ajudaram, mas os segundos amarelos a Costinha e a Deco - especialmente este - eram desnecessários.
O próximo jogo é contra a Inglaterra. De todos os adversários qualificados, penso que é aquele contra o qual temos mais possibilidades de vencer. Eu acredito!

sexta-feira, junho 23, 2006

A força do futebol



Fonte: China Daily

Vende-se Lambretta


Está disponível para venda uma Lambretta LD 150 de 1955. Está completa e com toda a documentação em ordem. O estado geral de chaparia é bom. Não trabalha há cerca de 10 anos, precisando apenas de uma pequena afinação mecânica para voltar a funcionar.
Atendendo ao estado geral é uma excelente oportunidade para quem quiser fazer um restauro acessível.
Os interessados podem ligar para o 939180254.

Depois da Varziela...

"Cinema asiático no festival de "curtas" de Vila do Conde"

Discussão blogosférica? Sempre!


O Mário Azevedo do Segundo Andamento lamenta o facto de este blog não ter caixa de comentários. Aliás, este blog teve caixa de comentários e deixou de ter. É verdade meu caro Mário, o conselho redactorial d’ A Lambretta reuniu e decidiu que a caixa de comentários não era útil a este blog.
E porque razão isso foi decidido? Poderia dizer que o fiz porque decidi aplicar o modelo de outros blogs bem conceituados, como é o caso do Abrupto, por exemplo, que não tem caixa de comentários e não deixa, por isso, de ser uma referência para todos os que seguem as discussões blogosféricas. Mas, a bem da verdade, confesso que não foi isso que me moveu.
Ao contrário do que diz o Mário, a razão para essa decisão também não se prende com a menor vontade de discutir ideias ou sequer de debater com quem lê os vários assuntos sobre os quais vou escrevendo. Muito pelo contrário: eu adoro o debate e não fujo a nenhum. O que não prescindo é de participar em debates sérios e com o mínimo de nível. Gosto de debates em que sei quem está do outro lado e em que quer eu quer os meus interlocutores assumam tudo aquilo que dizem. Faço bem? Não sei, mas é assim que me sinto bem.
O melhor exemplo disso é o que vou escrever no post seguinte em que vou debater com o Mário a opinião – oposta à minha – que deixou sobre os Quadros de Excelência das escolas.

Quadros de excelência

O Mário não gosta de Quadros de Excelência. Acha que são instrumentos que disfarçam a fraca qualidade das escolas e que fazem despertar os instintos competitivos nos jovens estudantes além de terem o perigo de causar graves prejuízos ao equilíbrio psicológico de quem “ficar para trás”.
Com toda a franqueza meu caro Mário, esta é uma questão sobre a qual estou em absoluto desacordo consigo. Utilizando uma imagem geográfica, se você estivesse em Portugal, eu, sobre este tema, estaria na Austrália.
Vejamos os seus argumentos. Quanto ao facto de dizer que a publicação dos nomes dos excelentes só serve para as fracas escolas disfarçarem ou encobrirem a mediocridade do seu ensino, só posso entender isso como brincadeira da sua parte. É que se reparar, só criam Quadros de Excelência as escolas que alcançam, em média, melhores resultados. Sem sair do mesmo exemplo, veja que a Escola Secundária Eça de Queirós é reconhecida como uma boa escola, estando mesmo entre as 100 melhores do país segundo rankings oficiais.


Diz ainda que o Quadro de Excelência desperta os instintos competitivos nos jovens estudantes. Para si, parece que isso é mau. Ora, para mim, isso é óptimo. É bom que os jovens estudantes percebam desde tenra idade que tudo na vida implica esforço. É bom que percebam desde cedo que a cada momento nos devemos mover por metas e que é necessário lutar para as alcançar. Você pensa que isso é mau. Imagina imediatamente que as pobres criancinhas, perante esses desafios, vão começar a atropelar os colegas de turma, a recorrer aos mais vis métodos para alcançar os seus fins transformando-se em autênticos exemplos de mau carácter.
Meu caro Mário, julgo que deve deixar de ser tão pessimista. Olhe que a obtenção de bom aproveitamento escolar está ao alcance da larga maioria dos jovens. E olhe que ao contrário de muitas coisas, a obtenção de boas notas não é algo mutuamente exclusivo. Dito por outras palavras, as boas notas, em teoria, são infinitas. Ao contrários dos bens escassos, o facto de alguns as alcançarem não impede os restantes de também as conseguirem. Desde que mereçam, é claro.
É exactamente aqui que está o problema. É que para se alcançar boas notas é preciso merecer. E para merecer, é preciso trabalhar já que, como sabe, nesta vida é raro as coisas caírem-nos do céu. Dir-me-á: isso até pode ser verdade, mas no final, porque razão é preciso haver a divulgação em Quadro de Excelência dos nomes dos melhores? Eu respondo-lhe: porque é justo. Porque, quem se esforça para alcançar objectivos, gosta de ser reconhecido. É humano. Aliás, o reconhecimento social é um prémio adequado e que deveria ser acarinhado e incentivado. Infelizmente aquilo que vemos é a proliferação de sentimentos como a inveja e a maledicência.
Por outro lado diz-me que o que é necessário é elevar o nível médio do ensino e não incentivar a existência de uma “coutada” de excelentes. Ora, o que me parece é que o nível médio nunca se elevará se não incentivarmos a excelência. A escola não deve trabalhar para formar alunos de 10. A escola deve lutar para que todos cheguem ao 20. Só assim conseguirá que no final haja um nível médio elevado. É que se começarmos a lutar para o 10 no início, como parece ser advogado por si, o mais certo é ficarmos-nos pelos 7 ou 8 no máximo..
Finalmente, vou deixar-lhe uma pequena nota outro argumento. É errado dizer que o Quadro de Excelência pode criar desequilíbrios psicológicos nos alunos menos bem sucedidos. Neste caso, você vê o caso pelo prisma do “copo meio vazio” e eu gosto de o ver pelo lado do “copo meio cheio”. O Quadro de Excelência tem de ser encarado como um lugar dos excelentes. Deve ser o lugar daqueles em quem toda uma comunidade escolar, esteja ou não lá incluída, sente orgulho. Numa imagem futebolística, bem adequada a estes tempos, o Quadro de Excelência é uma espécie de selecção nacional. Será que acha que eu, por não ser tão dotado como o Cristiano Ronaldo vivo amargurado por esse facto? Pois olhe que não. Ao contrário, sinto um enorme orgulho em dizer, a quem me queira ouvir, que tenho muito orgulho em ser do país que tão prodigioso jogador foi capaz de criar. Onde está então o espaço para a depressão? Só na cabeça dos deprimidos ou daqueles que tem medo das sobras. Acho que não devemos ir por aí...

quinta-feira, junho 22, 2006

Forças de bloqueio


"Os partidos da Oposição (PS, CDU e BE) voltaram a abandonar a Assembleia Municipal, anteontem à noite, inviabilizando a votação da proposta de transformação dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS) numa empresa municipal. À semelhança da sessão anterior (na segunda-feira anterior), a sessão acabou por ser suspensa por falta de quórum."


Há várias formas de fazer valer as suas ideias. Uma delas é pela ausência. De ideias, claro!

Importa-se de repetir?

Vem n'O Primeiro de Janeiro:

"Câmara emagrece quadro

A Câmara Municipal do Porto quer reduzir o quadro de pessoal em cerca de 22 por cento, o que na prática significa uma diminuição de 1078 lugares vagos, uma vez que o próprio quadro (4951 funcionários) não está totalmente preenchido, ficando-se pelos 73 por cento, ou seja, 3330 postos de trabalho com a redução prevista. Com esta diminuição ficam ainda 543 lugares vagos que poderão ser ou não ocupados, explicou ontem o vereador dos Recursos Humanos.
"

Desde há muitos anos a acompnhar as notícias, confesso que nunca tinha lido nenhuma que aludisse a uma proposta de redução desta monta do quadro de pessoal de uma instituição pública portuguesa. Parabéns!

Ainda o EuroLambretta


O Jornal "El Correo Digital", um on-line do país basco, editou uma notícia a propósito da presença de alguns membros do clube Lambretta de Eibar no EuroLambretta do primeiro fim de semana de Junho, sobre o qual já aqui falamos.

Patxi Lejardi y Enrique Bernedo, miembros del Club Lambretta, acudirán este fin de semana a la 'Eurolambretta 2006' que se celebrará en el la ciudad francesa de Clermont Ferrand. El objetivo de estos dos eibarreses, que partirán mañana con sus 'máquinas' Lince 200 de los años 80, es presentar el programa de la concentración que tendrá lugar en Eibar en julio.

Eibar é uma pequena localidade basca, junto à fronteira com França e na qual laborou até aos anos 80 uma fábrica que produzia Lambrettas sob patente "Innocenti". Por isso, esta é uma terra mítica para a Lambretta em Espanha, facto pelo qual a concentração que lá se realizará em Julho tem grande expressão.

Agora a Holanda!


Portugal venceu o jogo de ontem com a selecção do México. O jogo não foi muito interessante de se ver já que a nossa equipa, vendo-se a ganhar cedo, esteve, quase sempre, a esperar que o tempo passasse. Pelo menos foi essa a sensação que tive.
De qualquer forma é justo fazer um comentário extremamente positivo ao desempenho de Portugal até esta fase da prova. Mesmo tendo sido bafejados pela sorte de estar integrados num grupo relativamente fácil, há muito mérito em ter conseguido contar por vitórias os 3 jogos disputados. Estes resultados merecem ainda mais relevo se verificarmos que nunca Portugal tinha conseguido vencer os 3 jogos da 1ª fase de um Mundial desde 1966.
Agora vem a Holanda. É um jogo que está ao nosso alcance, muito embora as selecções como a Holanda ou a Alemanha, por exemplo, nunca são fáceis de defrontar. Mas olhando para a determinação da nossa equipa e para os valores individuais que estão em cada um dos lados, parece-me que Portugal deve ser considerado favorito.
Entretanto, verifiquei que, caso sejamos apurados, estaremos no caminho do vencedor do jogo Equador-Inglaterra, o que poderá significar que encontraríamos, nessas circunstâncias, os mesmos adversários da caminhada para a final do Euro 2004.
Espero sinceramente que esta coincidência se concretize e que os resultados sejam idênticos.

quarta-feira, junho 21, 2006

VI Encontro Nacional de Lambrettas e Lambrettistas


Vai decorrer nos próximos dias 15 e 16 de Julho o tradicional Encontro Anual de Lambrettas e Lambrettistas. Este ano vai decorrer em Alcobaça, estando a organização a cargo do sócio do Lambretta Clube de Portugal José António Agostinho Amaro.
Quem quiser participar poderá enviar um e-mail para o enderço do LCP ou fazê-lo directamente pelo telefone 937012740.

Ducati


Para quem procura programas alternativos de passeio, deixo aqui uma sugestão para que visitem em Cantanhede a Classic Bike Show, uma exposição da colecção particular de motas Ducati de Henrique Sobral, um bom amigo e um apaixonado destas belas máquinas italianas.
Dentro de alguns dias espero deixar aqui uma pequena “reportagem”.

Estado da saúde


O Observatório Português dos Sistemas de Saúde apresentou o seu último relatório. As conclusões não são nada animadoras quanto à actuação do Ministro da Saúde, Correia de Campos:
- O preço dos medicamentos que não necessitam de receita e que deixaram de se vender exclusivamente nas farmácias aumentaram, quando era suposto que diminuíssem.
- As listas de espera para cirurgia aumentaram.
- A dificuldade em "descortinar um claro enfoque estratégico", dando como exemplo a criação das Unidades Locais de Saúde, "sem que se perceba qual o papel" dos hospitais e centros de saúde que as compõem.
- A política de encerramento de maternidades, ainda que acertada, foi deficientemente aplicada.
Ainda que o OPSS não seja nenhum Deus, as conclusões que apresenta não deixam de ser um péssimo sinal quanto à avaliação que se pode fazer da actuação de Correia de Campos. Pessoalmente, parece-me ainda um pouco cedo para um juizo definitivo, mas que muitas das questões levantadas são pertinentes, lá isso é verdade.

Portugal-México



Portugal vai ter hoje o seu primeiro jogo com um adversário de nível futebolístico minimamente compatível com o nosso. Veremos como se irá sair a nossa selecção já que, dos jogos anteriores, com adversários pouco cotados, poucas conclusões se extrairam.

terça-feira, junho 20, 2006

E se trabalhássemos um bocadito?


Alegando dificuldades de agenda, Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa, confirmou aos jornalistas que não irá estar presente no jogo relativo aos oitavos de final do Campeonato do Mundo de Futebol que decorre na Alemanha.
«Espero que esta energia positiva que se tem vindo a criar em Portugal de norte a sul também seja utilizada para o desenvolvimento do país, para a recuperação da nossa economia, para o aumento do bem-estar da nossa sociedade», disse o Chefe de Estado. De forma ainda mais enfática o Presidente disse ainda que «os portugueses estão a viver com muito entusiasmo o que se está a passar com a nossa selecção, mas o nosso trabalho aqui continua todos os dias (...) Portanto, para além do mundo do futebol, que nos traz imensas alegrias, temos que pensar que a vida continua aqui».
De acordo com as informações divulgadas, as razões de agenda evocadas prendem-se com
a estada em Portugal de uma entidade estrangeira com quem o Presidente terá de almoçar e a entrega do prémio da Sociedade Portuguesa de Autores, a que já havia prometido assistir.

Nuno Miguel Novais Loureiro

Numa altura em que se fala tanto sobre as questões da educação, seja a propósito da avaliação dos professores, seja a propósito da violência a que estes estão sujeitos, ou, a nível local, a propósito dos elevados níveis de insucesso escolar, quando em comparação com os restantes concelhos da Área Metropolitana do Porto, aqui fica um registo de algo que me parece muito interessante, pelo que mostra de combate à mediocridade. Trata-se da publicação, ao nível de cada escola, do seu Quadro de Excelência.
O exemplo que aqui deixo é o da Escola Secundária Eça de Queirós na Póvoa de Varzim, que não tendo receios pedagógicos, psicológicos ou outros, mostra aquilo que é o seu grande objectivo: a busca da excelência dos resultados dos seus discentes. Como forma de o demonstrar, esta escola entendeu que era importante que fosse feito o registo público dos nomes daqueles que conseguem melhores resultados.
O Quadro de Excelência da ESEQ relativo aos anos 2003/2004 e 2004/2005 está aqui. A menção especial ao nome do Nuno Loureiro justifica-se já que se trata de um aluno que, depois de conseguir uma média de 19 valores no 11º ano durante o ano lectivo 2003/2004, foi capaz de alcançar a média de 20 valores no 12º durante o ano lectivo 2004/2005, tornando-se no melhor aluno da ESEQ. Por todo o esforço e dedicação que o Nuno e a sua família certamente tiveram para alcançar tão brilhante resultado, é justo fazer-lhes a devida homenagem. Eles são um exemplo daquilo pelo qual todos devemos lutar: a busca da qualidade.

segunda-feira, junho 19, 2006

A robustez da Lambretta

Uma das razões pelas quais a Lambretta ganhou forte credibilidade junto do mercado, logo desde os primeiros modelos, foi pela sua robustez e fiabilidade. Prova disso foram algumas viagens “épicas” realizadas por Lambrettistas que, em máquinas de série, se aventuravam por territórios inimagináveis para a altura.Um desses casos foi o de Edoardo Mari, que em 1953 atravessou todo o continente africano tripulando uma Lambretta 125 D de série. Nessa viagem Mari efectuou 17.000 Km em condições tremendamente difíceis. O início da viagem ocorreu em Argel, passou em Nairobi e acabou na cidade do Cabo, na África do Sul.Este feito, juntamente com outros sobre os quais falaremos noutras ocasiões, provavam que as Lambrettas eram, efectivamente, veículos fiáveis e que se mostravam verdadeiros companheiros de aventura. Esta poderosíssima imagem colheu frutos comerciais notáveis, especialmente junto da juventude que sempre apreciou e se reviu nas Lambrettas.

Esta é uma Lambretta que deu a volta ao mundo em 1960

Gustav Klimt



O retrato de Adèle Bloch-Bauer, pintado pelo austríaco Gustav Klimt, converteu-se no quadro pelo qual se pagou o preço mais alto na História da arte, ao ser vendido por 135 milhões de dólares (107 milhões de euros).

Como nasceu o nome “Lambretta”?


Uma das perguntas mais frequentes sobre as Lambretta’s prende-se com o próprio nome. Como nasceu o nome “Lambretta”. O que significa?
Lambretta é o quarto nome pelo qual é conhecido um pequeno curso de água, que nasce em Pian del Rancio, Val Sassina e que, no seu curso vagabundo, passa nas proximidades de Lambrate, local onde se situava a fábrica Innocenti, na qual eram fabricadas as Lambretas.
A escolha do nome terá partido do próprio Ferdinando Innocenti, acabando, fruto de fortes campanhas publicitárias iniciais, por ficar definitivamente assimilado pelo mercado. Ainda hoje, já lá vão quase 60 anos, a marca Lambretta é reconhecida por milhões de pessoas, que podendo não o associar especificamente aos veículos produzidos pela fábrica Innocenti, associam-na às scooters.

Má fama


O último número da revista Visão publica um trabalho sobre alguns dos principais crimes ambientais que estão a ser praticados sobre o litoral português. Infelizmente, Vila do Conde também consta desse rota, com o conhecido edifício "Optimist".
Esta é uma péssima publicidade para Vila do Conde. Pior ainda, é o enorme mal que aquela construção representa e que ficará como um monumento à irresponsabilidade de quem a autorizou.

4 meses é muito tempo

Há 4 meses desapareceu uma bébé do Hospital Padre Américo, supõe-se que raptada. Agora, a Polícia Judiciária pôs a circular uma fotografia de uma mulher que se supõe ser a principal suspeita do crime e que poderá ser vista aqui.
Não será tempo a mais?

Estado gasta 72 milhões com partidos

O Expresso deste fim de semana destacou o facto de o Estado ter gasto 72 milhões de euros com os partidos políticos. Este tipo de notícias e o destaque que lhes é dado servem para que se alimente a já tradicional saga de ataque aos políticos e aos seus “privilégios”.
Seja quem for que avance com este tipo de estratégias, parece-me que se trata de uma guerra perdida para todos. Aqueles que utilizam este tipo de argumentos para atacar os políticos ou que chamam estes números às capas de jornal em tempos de crise não parecem ter noção do mal que podem semear. É que a democracia, se é esse o sistema políticos que queremos, tem, efectivamente, custos. E esses custos devem ser assumidos colectivamente pelo país. Não me parece, por isso mesmo, que o problema se deva observar pelo lado do que custa a democracia.
O que seria importante era controlar a transparência quanto à forma como essas verbas são utilizadas e quanto às contas do partidos políticos. Ora, é aí que me parece que ainda estamos bastante atrasados e a precisar de avançar fortemente. No entanto, essa não é uma arma que deva ser utilizada para atacar ou para beneficiar nenhum dos partidos. Ao contrário, parece-me que é uma arma que, se não for utilizada com seriedade e honestidade, poderá tornar-se mortal para todos os partidos e até, quem sabe, para a própria democracia.

Avenida Maré Negra

O desencanto geral com a marginal de Vila do Conde continua. Este Domingo o Público dedica-lhe, em conjunto com as outras obras polémicas de Siza Vieira, duas páginas do caderno Local Porto. No caso da nossa marginal é feita referência às críticas praticamente gerais da comunidade blogosférica vilacondense, mas especialmente à frustração da maioria dos utilizadores do espaço.
No texto é feita referência a alguns aspectos que tem sido menos referidos, nomeadamente a forma como foi feita a preservação do espaço entre o antigo Praia Azul e o Castelo, mantendo as dunas e a vegetação existente, bem como a supressão do transito automóvel da Avenida Manuel Barros. Tratam-se de aspectos com os quais concordo inteiramente e penso que geram razoável consenso.
Quanto ao resto, as coisas são iguais: há um grande consenso, mas no sentido inverso. Ou seja, quanto ao resto, nomeadamente a falta de iluminação, a pequena diferença de cota entre o passeio e a estrada e a invasão negra do espaço, praticamente todos os utilizadores consideram tratar-se de opções infelizes.

domingo, junho 18, 2006

Bom resto de fim de semana

Portugal - Irão


Correspondendo à vontade generalizada dos portugueses, a nossa selecção conseguiu vencer o jogo com a equipa iraniana e assim qualificar-se para os oitavos de final do Campeonato do Mundo de Futebol da Alemanha.
Tal como no jogo anterior, aqui fica a minha impressão sobre os aspectos mais positivos e mais negativos do jogo:

POSITIVO
- Portugal ganhou e qualificou-se para a fase seguinte. É sempre bom não estar dependente de contas de última hora.
- Portugal realizou uma boa exibição, mostrando ser uma equipa organizada, batalhadora e com vontade de ganhar.
- Deco fez uma excelente exibição. A sua escolha para "melhor jogador em campo" é justíssima, seja pelo grande golo que marcou, seja pela forma como comandou a equipa.
- O nosso meio campo actuou muito bem. O entrosamento entre Deco, Costinha, Maniche e a ligação destes a Ronaldo e Figo é bastante boa, tendo sido um elemento chave para a nossa vitória.

NEGATIVO
- Os cartões amarelos recebidos nesta fase poderão ser comprometedores na fase seguinte. Nesse aspecto é preciso que jogadores como Deco, Ronaldo ou Pauleta tenham mais atenção.
- A nossa defesa ainda não foi confrontada com uma equipa verdadeiramente forte. Talvez por isso haja bastante incerteza quanto à capacidade de jogadores como Nuno Valente ou Fernando Meira em estar à altura do desafio de chegarmos a fases mais adiantadas, como seria uma meia final ou mesmo a tão desejada final.

Depois do jogo de ontem já há muito mais compatriotas a acreditar na nossa selecção e mais uns quantos a defender as teses de Scolari. Conforme já dissemos aqui, há boas razões para confiarmos no nosso seleccionador. É óbvio que não podemos "embadeirar em arco" só por ter ganho dois jogos, pois não podemos esquecer a nossa reduzida dimensão e a pouca experiência que temos neste tipo de provas. Agora, que as coisas, para já, estão a correr bem, lá isso é verdade!

sexta-feira, junho 16, 2006

Mundial de futebol


Com o advento dos canais codificados o futebol passou a estar acessível apenas a um grupo restrito de pessoas: aqueles que tem muito dinheiro ou então que dão grande prioridade ao futebol nas suas opções de consumo. Pessoalmente, como não me encontro nem num grupo nem no outro, o reflexo disso é que já não me lembro de ter passado um Campeonato do Mundo em que tenha visto tão poucos jogos como este. Somando tudo, vi apenas um jogo completo e 10 minutos de outro. O jogo completo foi o Portuga-Angola. Os 10 minutos que vi foram do jogo Brasil-Croácia, durante o tempo em que estive num restaurante a jantar.
Por isso mesmo, e pela impressão com que fiquei do que vi, penso que há duas equipas com fortes probabilidades de ganhar o Campeonato: Portugal e o Brasil. Como o Brasil já ganhou muitas vezes, acho que era bom que a taça viesse para Portugal!

Assembleia Municipal - 2

Na discussão que se estabeleceu na Assembleia Municipal de Vila do Conde a propósito da Carta Educativa, assunto já aqui abordado, assistimos à intervenção de um membro da bancada do PS que merece uma reflexão.
Perante algumas reticências apresentadas pela bancada do PSD quanto ao documento e mesmo quanto à política de educação do município, o Deputado em causa saltou da bancada para apelidar os membros da oposição de "inimigos de Vila do Conde".
Para ele, quando a oposição diz que há problemas com o sector da educação em Vila do Conde está a atacar o concelho. Quanto a oposição critica a falta de bandeiras azuis nas nossas praias, esta está a prejudicar Vila do Conde, quase como se estivesse a apelar a que os turistas não nos visitem. Este argumento, de teor maniqueista, é velho. Trata-se de uma linha retórica que assume de forma perfeitamente acrítica que há dois lados da "barricada". Um, onde estão os bons, onde tudo é perfeito e merecedor de encómios. No outro estão os maus, sendo que desse lado tudo é merecedor de crítica e censura.
Falando assim, o Deputado não se deu conta de ter incorrido no mais reles de todos os erros em que um político pode cair. É que o Deputado optou por fugir à essência das questões para atacar a personalidade ou as motivações das pessoas que falaram. Ou seja, o Deputado em causa nada disse sobre as críticas que eram apontadas pelos membros da oposição, seja quanto a educação ou bandeiras azuis. Para ele, bastou dizer que os Deputados que punham em causa as políticas municipais eram "inimigos de Vila do Conde". Ou seja, como eles estão do lado dos maus, nem sequer interessa o que dizem.
É evidente que explicar que o facto de a maior parte das escolas não terem água canalizada e saneamento é mais difícil do que dizer simplesmente que quem fala disso é "inimigo de Vila do Conde". É lógico que explicar porque razão há, em Vila do Conde, níveis de insucesso escolar mais elevados do que nos restantes concelhos da área metropolitana do Porto é muito mais difícil do que rotular quem fala disso de "inimigo de Vila do Conde".
O nível que a política deve ter merece que este tipo de situações sejam devidamente analisadas. Eu tenho a minha opinião. É bom que cada um pense sobre isto e formule a sua.

Assembleia Municipal - 1

Decorreu na última noite a sessão de Junho da Assembleia Municipal de Vila do Conde. Sobre ela vou apenas deixar duas notas sobre os assuntos que me pareceram mais importantes.
O primeiro foi introduzido pela bancada do PSD, que criticou a Câmara Municipal quanto à muito falada obra de requalificação da marginal. Na declaração efectuada, o meu partido criticou o facto de a Câmara, entidade motora da obra, estar a reconhecer, ainda antes da mesma estar concluida, que irá haver necessidade de fazer "ajustamentos" à mesma. Ou seja, a Câmara assume que logo que a obra esteja terminada vai gastar dinheiro para a reparar. Ora, a pergunta é simples: se assim é, porque razão não o faz de imediato, evitando gastar dinheiro duas vezes na mesma obra?
A isto o PS respondeu com dois argumentos:
1.- A obra, ao contrário do que dizem, é muito apreciada pelos vilacondenses. Para eles, a prova disso é a quantidade de pessoas que utilizam a marginal, que dizem ser em número superior ao que o fazia antes.
2.- Os "ajustamentos" ocorrerão sobre aspectos muito simples e ainda nem sequer há a certeza de virem a ser efectuados. Para mais, a obra é assinada por um arquitecto que nunca aceitaria que nada fosse alterado face ao que foi projectado.

Quanto ao primeiro argumento, ele assenta em dois pilares muito pouco sólidos. O primeiro é o de que não há qualquer evidência de que haja hoje mais pessoas a utilizar a marginal do que aquelas que o faziam antes das obras. Dizê-lo equivale a dar um palpite tão certo como dizer que o Rio Ave tem mais água do que o Rio Cávado, só porque se viu um quando a maré estava cheia e o outro quando a maré estava vazia. O segundo é que, mesmo que admitissemos que há mais gente a circular naquele espaço, isso não significa necessariamente que as pessoas apreciem a obra. Aliás, isso permite é que a insatisfação seja ainda mais forte do que seria se a obra fosse pouco utilizada.

No que respeita ao segundo argumento, acredito que haja, efectivamente, razões de ordem contratual e talvez até legal que impeçam que se altere aquilo que foi projectado. Ora, se assim é, a Câmara não pode deixar de ser ainda mais censurada na sua actuação, já que deu o seu acordo a um projecto que se prova agora ser mau para os vilacondenses.

quinta-feira, junho 15, 2006

Okupa

O movimento Okupa, inspirado nos conhecidos Squatters ingleses, teve em Espanha um forte impacte social. A palavra Okupa deriva de ocupacion, sendo escrita com um K para associar o movimento a uma postura contracultural e punk. Basicamente, este movimento refere-se a um fenómeno de ocupação de casas desabitadas por pessoas que, necessitadas de habitação, as tomavam com forma de resolver esse seu problema, mas também de fazer a denúncia política das dificuldades de acesso à habitação.
Este fenómeno teve uma enorme expressão em Espanha a partir dos anos 60, embora esta denominação só tenha passado a ser adoptada nos anos 80. Ao contrário do que seria de supor numa sociedade organizada, as dificuldades legais que os proprietários enfrentaram para lidar com este problema sempre foram grandes, havendo mesmo muitos casos de decisões judiciais favoráveis aos Okupas.
Essa situação alterou-se substâncialmente depois da revisão do Código Penal espanhol de 1996, que passou a tipificar este acto. No entanto, os processos continuam a depender do funcionamento da justiça, o que, lá como cá, nunca é situação agradável para quem a ela requer.
Vem tudo isto a propósito da criação do primeiro seguro "antiokupa", produto lançado pela companhia suiça Winterthur. O objectivo do seguro é o de cobrir os custos legais a suportar pelos proprietários de habitações desocupadas com a eventual necessidade de recorrer à justiça para desalojar ocupantes indesejados. O custo é de cerca de € 90,00 e € 100,00 anuais por cada habitação de 100 mt2, caso estas se situem em Madrid ou Barcelona, localidades onde o risco de ocorrência destas situações é mais elevado.
O potencial de negócio em Espanha é enorme. De acordo com os dados do Censo de 2001, cerca de 14% do parque habitacional espanhol está desabitado. Estando a crescer à média de 8% ao ano, estimando-se que há cerca de 3,35 milhões de casas potencialmente "okupáveis". Ou visto por outro prisma, há cerca de 3,35 milhões de casas que podem fazer seguros "antiokupa".

Portugal Lés-a-Lés


Começa dentro de horas a 8ª Edição do Portugal de Lés-a-Lés. Trata-se de uma prova de mototurismo organizada pela Federação Nacional de Motociclismo que, como o próprio nome indica, percorre o país de uma ponta a outra em dois dias. A edição que amanhã começa inicia-se em Barcelos e termina no Sábado à noite junto à praia da Quarteira no Algarve. O percurso é feito por estradas secundárias, havendo mesmo a passagem por alguns "estradões" de terra.
Ao contrário do ano passado, em que houve uma equipa que fez a prova de Lambretta, na edição deste ano não há nenhuma Lambretta inscrita. Há algumas Vespas e uma equipa que compete em Nome do Lambretta Clube de Portugal, mas que se serve de uma confortável BMW GS 1200... É justo fazer-se aqui um registo quanto à participação de 3 equipas do Motoclube de Vila do Conde.

quarta-feira, junho 14, 2006

Virus


Um ataque virulento levou o meu computador ao "estaleiro" desde segunda-feira. Como é lógico, o ritmo de "postagem" está a refletir-se. Espero que hoje a máquina já esteja de volta para poder actualizar A Lambretta.

terça-feira, junho 13, 2006

Emigração


Nos últimos dias tem sido várias as notícias de portugueses que morreram nas estradas de países vizinhos. Em quase todos os casos trata-se de gente que está trabalha nesses paises, vivendo num constante vai-vem em carrinhas de transporte, muitas vezes sem as condições de segurança que seriam necessárias.
Há dias, quando viajei a França de automóvel pude verificar esse movimento. Na noite de domingo, quando descia o IP4 entre Bragança e o Porto, o movimento de carrinhas era enorme. Todas em direcção a Espanha e carregadas de gente. Na área de serviço de Mirandela o número de carrinhas paradas e de gente parada para abastecer e beber um café era muito superior ao que normalmente se vê por lá. De comum todos aparentavam ir em trabalho para os países vizinhos.
Estes acidentes são uma das faces da crise em que o país está mergulhado. Afinal, porque será que não conseguimos dar condições a esta gente para se realizar perto de casa?

segunda-feira, junho 12, 2006

Carta Educativa Municipal

O município de Vila do Conde aprovou, na última reunião do executivo, a Carta Educativa Municipal, documento que define a estratégia de desenvolvimento do parque educacional do concelho nos próximos anos.
De entre as propostas defendidas, as mais significativas prendem-se com a intenção de fechar uma série de escolas, concentrando os respectivos alunos em centros escolares. De entre estas incluem-se as escolas das freguesias de Parada, Outeiro e Ferreiró, que deverão fechar, sendo substituidas por uma única escola do primeiro ciclo.
Estas propostas parecem dar corpo à já anunciada intenção do Governo de fundir acabar com as freguesias com menos de 1.000 habitantes. No caso destas 3 freguesias a unificação das escolas poderá ser um primeiro passo nesse sentido. Trata-se de uma estratégia estranhamente assumida pela Cãmara Municipal, tanto mais quanto se desconhecem quaisquer auscultações à população ou às forças vivas do concelho.
Para além destas propostas o documento não apresenta grandes novidades. Curiosamente, há uma enorme quantidade de aspectos que se mostram perfeitamente sintonizados com as preocupações que a oposição já havia assumido no Programa Eleitoral das eleições de Outubro passado. É o caso da a consolidação por reorganização da rede escolar, a introdução do conceito de “uma freguesia, um parque escolar”, a criação de equipas multi-disciplinares ou criação e desenvolvimento de uma rede de ATLs, por exemplo.
Por isso mesmo, espera-se que o clima de relativa convergência existente nesta matéria possa servir para que os jovens vilacondenses venham a ter acesso a uma educação de qualidade e que produza resultados.

Portugal – Angola


O primeiro jogo do Campeonato do Mundo de Futebol já passou. Portugal ganhou à selecção de Angola por 1-0, com o golo a ser marcado por Pauleta. E exibição da nossa equipa foi pouco convincente. Vejamos quais foram os principais pontos positivos e negativos:

POSITIVO
- Ganhar o primeiro jogo é fundamental para uma boa campanha. Esse objectivo foi conseguido.
- Figo parece estar em boa forma, tendo sido o principal motor da nossa equipa.
- Pauleta, apesar de pouco apoiado e de lhe terem feito chegar pouco jogo, reencontrou-se com os golos nas grandes competições.

NEGATIVO
- O nosso meio campo esteve muito lento e errou muitos passes.
- Tiago não conseguiu nunca encontrar o ritmo de jogo e pareceu desligado da equipa.
- Simão foi um jogador muito pouco eficaz, ganhando muito poucas bolas e não tendo conseguido abrir a defesa dos angolanos.

O balanço final deste primeiro jogo é positivo. Espera-se que a equipa evolua e que consiga aproveitar o nervosismo dos iranianos, que tendo perdido contra o México, terão, certamente, uma postura atacante, pois só a vitória lhes interessa.

Dia de Portugal


Este ano os ex-combatentes do ultramar convidaram para discursar na cerimónia do Dia de Portugal um não ex-combatente. A escolha recaiu sobre Paulo Teixeira Pinto, Presidente do Conselho de Administração do Millennium BCP. Na minha opinião era difícil aos ex-combatentes escolher melhor. Com efeito, Paulo Teixeira Pinto é uma pessoa dotada de uma inteligência e cultura superiores com uma formação humanista bem vincada.
A forma como vê e sente Portugal e o seu papel no mundo, aspectos que ficaram evidenciados no discurso que proferiu, devem servir de exemplo para todos. Por isso, é bom evocarmos todos os que combaterem por Portugal, seja em guerra, como fizeram aqueles que serviram na guerra do ultramar, seja na luta diária pelos direitos de cidadania.

Dia de Espanha


Este Domingo foi um dia em cheio para nuestros hermanos. Na mesma tarde viram Fernando Alonso conquistar mais uma vitória no mundial de Formula 1 e Rafael Nadal sagrar-se vencedor do Grand Slam de Rolland Garros, vencendo o nº 1 do Mundo, o suiço Federer.
Vejamos como se vão portar os futebolistas.

Motociclistas

Ao que consta, um Governante terá expressado a opinião de que os motociclistas são os principais responsáveis pela sinistralidade nas nossas estradas. A propósito disso, e porque “quem não se sente, não é filho de boa gente”, um grupo de motociclistas marchou hoje sobre Lisboa, manifestando-se junto ao Terreiro do Paço.
Se efectivamente as declarações que são atribuídas ao Membro do Governo em questão são verdadeiras, a primeira coisa a dizer é lamentar o seu teor. Poderá haver motociclistas com pouco civismo nas estradas, mas não me parece que sejam em número superior ao de automobilistas. Por isso mesmo, a generalização de comportamentos marginais a toda uma classe de condutores não me parece correcta.
A um Membro do Governo pede-se que oriente as suas declarações públicas por padrões de justiça e de absoluta certeza sobre as afirmações que faz. Especular ou falar ao estilo de quem “dá um palpite” contribui fortemente para desprestigiar a função e criar sentimentos de revolta nos visados.
Perante este tipo de ataques, o comportamento dos motociclistas deve ser ainda mais cuidado. Para além da manifestação deste Domingo, era bom que todos alinhassem na melhor de todas as manifestações: que fossemos cada vez mais zelosos quando estamos na estrada, obrigando assim o Membro do Governo a pedir-nos desculpa.

sexta-feira, junho 09, 2006

Viva o Mundial "Alemanha 2006"!

Restauro

O actual projecto de restauro em que estamos envolvidos é o de uma Lambretta LC 125. Trata-se de uma máquina com matrícula de 1951 e que, atendendo ao número de quadro, foi produzida na fábrica Innocenti em 1950.
Este exemplar, o primeiro modelo da marca com tampas laterais, deverá ter sido dos primeiros a ser importados para Portugal. O estado em que a encontrei era bastante fraco, seja de chaparia, seja de mecânica, pois faltavam-lhe algumas peças importantes.
De acordo com uma conversa que tive com o seu anterior (e primeiro) proprietário, foi comprada no Porto, devendo ter sido vendidas mais “meia dúzia delas”. Segundo a informação que me deu, o comprador de uma dessas teria sido um elemento da família Nieport (conhecidos produtores de vinho do Porto), não se conhecendo o destino dessa outra Lambretta.
Neste momento a Lambretta está, podemos dizer, a meio do processo de restauro. Até ao momento foi feita a desmontagem completa, decapagem da chapa e respectivo trabalho de recuperação. Esse serviço foi efectuado pelo conhecido Sérgio "Rola”, o responsável pelo excelente restauro do Unipower do Rui Sanhudo.
Entretanto o motor também foi todo aberto e revisto, tendo sido necessário comprar um cilindro, pois o original estava desaparecido quando comprei a Lambretta. Com tudo isso feito, estamos agora a montar a Lambretta antes de enviar a chaparia para a pintura. Este trabalho justifica-se com o objectivo de avaliar o trabalho de chapeiro e verificar se há necessidade de alguma afinação final. Depois disso, será tudo desmontado novamente para se efectuar o trabalho de pintura, após o que se seguirá a montagem final e definitiva.
Veremos se haverá Lambretta lá para o Outono...

Numa varanda vilacondense



E domingo? Como vai ser?

quinta-feira, junho 08, 2006

Globalização

Bela posta, esta da Eva!

ADITAMENTO: Depois de colocar esta posta on-line fui alertado de que este é um texto circula pela internet. Aqui fica o registo para efeitos de direito de autor.

Mais vale tarde do que nunca

"Queremos o alargamento para quatro vias, entre a entrada para a A28 e a Rotunda do Desporto", afirmou Mário Almeida ao Jornal de Notícias.

Durante anos a fio a oposição Vilacondense reclamou pela falta de qualidade do acesso de Vila do Conde ao IC1 (agora A28), chamando a atenção para o facto de a via actual ser indutora de enormes filas de transito. Durante esse tempo a oposição apresentou propostas alternativas, com desenhos de como gostaria de ver aquele acesso, que passavam, nomeadamente, pela duplicação do número de faixas de rodagem.
Durante todo esse tempo, Mário Almeida sempre atacou a oposição dizendo que a via estava muito bem concebida. Chegou ao argumento extraordinário de considerar que, sendo estreita e gerando filas de trânsito, se tornava mais segura porque os veículos circulavam a menor velocidade. Parados, dizemos nós!
Eis que, volvidos mais de 10 anos sobre a data em que aquele acesso foi construido, o mesmo Mário Almeida aparece a dizer que é necessário alargar a mesma, acolhendo assim as propostas que tão duramente criticou no passado.
Por um lado, é bom que Mário Almeida, um autarca bem conhecido, mas que nestas coisas demonstra bem a pequenez da sua visão estratégica, corrija os seus erros. Por outro, é lamentável que a sua teimosia tenha feito com que, todos, tenhamos andado anos a fio a suportar enormes filas na entrada e saída da cidade. Para além disso, é lamentável que se vá gastar dinheiros públicos para voltar a fazer uma obra que poderia, facilmente, ter sido bem feita à primeira.

EuroLambretta – Notas finais III


A presença neste EuroLambretta permitiu-nos ficar com uma noção clara do que implica organizar um evento desta envergadura. Obviamente que a nossa vontade é a de poder, um dia, vir a albergar este evento em Portugal. Depois de ter visto a forma como os Franceses organizaram o EuroLambretta, não tenho a mais pequena dúvida em dizer que o Lambretta Clube de Portugal já tem, hoje, capacidade para levar a cabo uma organização destas, conseguindo garantir uma qualidade francamente superior à que vimos.
Penso que dificilmente isso poderá acontecer antes de 2012, pois as organizações até 2010, ano em que vai acontecer em Espanha, já estão definidas pelo movimento internacional. Ora, partindo do princípio que é dificil imaginar que o evento aconteça dois anos seguidos na peninsula ibérica, penso que 2012 será o ano a apostar. Ainda falta muito tempo, mas parece-me que deverá ser ponderada a candidatura desde já, quanto mais não seja, para ir "marcando terreno".

EuroLambretta – Notas finais II


De um modo geral o movimento Lambretta tem mais gente com idade do que jovens. Apesar disso há grande esperança quanto ao futuro, como bem se pode ver por este jovem holandês, que apesar de utilizar uma Vespa, já está bem imbuído do espírito scooteristico.

EuroLambretta – Notas finais I


Uma das coisas que é certo acontecer em eventos de Lambrettas é haver necessidade de apoio mecânico para resolver algum problema que aparece quase sempre. Na nossa delegação houve quem tivesse de substituir velas, quem tivesse desmontado completamente um carburador para o “desentupir” ou mesmo quem visse a mola que segura a tampa lateral partir. De qualquer forma nada disto assumiu proporções graves, tendo sido sempre resolvido pronta e eficazmente.

quarta-feira, junho 07, 2006

III Encontro Núcleo Motantiqua - Marinhais


Em pleno Ribatejo vai decorrer no próximo fim de semana o III Encontro de motas antigas de Marinhais. O preço de inscrição é de € 20,00 e os contactos poderão ser efectuados para Jorge Simões (938 198 904) ou Daniel Silva (916 490 453).

Inovar para vencer


Há uns meses atrás, li, penso que no boletim da Associação Comercial de Vila do Conde, que o estado de espírito dos nossos comerciantes era “deprimido”. Na altura achei a expressão bastante infeliz e até indutora de uma maior carga negativa, mas se pensar bem, tenho que lhes dar razão. Na verdade, o aparecimento em poucos anos do Feira Nova, do Modelo com as variantes Modalfa e Woerten, do outlet Factory, com dezenas de lojas em saldos permanentes, de duas lojas Lidl e mais recentemente de um Plus não permite margem para grande optimismo.
Há dias, ao ler o El Mundo, reparei numa notícia interessante. Em Castallon está a a nascer o maior centro comercial da comunidade, que irá ocupar uma área superior a 100.000 metros quadrados e terá 823 lojas. No caso desta superfície comercial, o promotor privado está a trabalhar em estreita ligação com as autoridades locais e o tecido comercial. Assim, é esperado que cerca de 400 comerciantes locais participem directamente no capital do projecto até ao máximo de 90% e que lá se venham a instalar. O próprio alcalde local, que refere que este “é um projecto da cidade”, garante a subscrição de 5% do capital, tanto como a câmara de comercio, completando assim a estrutura accionista.
Não tenho a certeza de que este vá ser um projecto bem sucedido. Os factores que determinam o sucesso de um empreendimento comercial estão um pouco além da mera criação de um espaço. No entanto, não tenho dúvidas em afirmar que a cidade de Castellon, ao contrário da nossa, por exemplo, não está a assistir ao definhamento do comercio tradicional de braços cruzados.

Notas sobre o EuroLambretta - IV

Sendo um evento de caracter internacional, o EuroLambretta cria em todos os participantes uma responsabilidade interior que cada um exprime à sua maneira: a representação do seu país. Por isso, é normal que cada país representada desenvolva formas próprias de afirmar a sua identidade nacional.
Para nós portugueses, ainda para mais em França, este evento teve momentos de alguma emoção, seja pela afectividade que sentimos de todas as restantes delegações, que nos felicitavam por sentirem o movimento Lambrettista nacional estar a crescer, mas muito especialmente pelos muitos emigrantes com quem contactamos.
A este propósito, gostava de registar, desde logo o “braço direito” da organização, um português que se mostrou inexcedível em esforço e competência para que tudo corresse bem. Podia referir a empregada de mesa que ficou de serviço à nossa mesa no jantar de gala, uma francesa de origem portuguesa que todos os anos visita a família em Recarei, Paredes. Podia acrescentar um dos elementos do Grupo Folclórico de Issoire, que actuou no jantar de gala, um simpático cidadão nacional que vive em França há quase 40 anos. No entanto, não posso esquecer o brilho nos olhos de uma mulher de aspecto humilde, que no seu rosto marcado pelas dificuldades da vida veio ter connosco mal viu a bandeira portuguesa numa das nossas Lambrettas, exibindo com orgulho os seus dois filhos pequenos, que traziam vestidas duas camisolas com as cores da bandeira nacional e uma simples palavra estampada: Portugal.
A alegria de nos ver era enorme. O orgulho de ser portuguesa era evidente. O prazer de ver que também havia compatriotas dela no meio daquela grande manifestação internacional era uma forma dela própria se poder afirmar na comunidade em que vive.
A vivência destes momentos e destas sensações é difícil de descrever. No entanto é de tal forma intensa que nos faz ganhar um maior respeito ainda por todos aqueles que buscam melhor vida noutras paragens, mas que nunca esquecem as suas raízes nem o orgulho de serem portugueses.