Filipão

Hoje à noite o país vai conhecer os jogadores escolhidos pelo nosso seleccionador nacional para representar Portugal no Campeonato do Mundo de Futebol. Parece não haver grandes dúvidas quanto à grande maioria dos 23 nomes que serão anunciados. Aliás, as dúvidas residem apenas quanto à escolha de um defesa central que dificilmente jogará, de um guarda-redes que não jogará e de um avançado que poderá jogar apenas alguns minutos. Quanto à equipa que vai efectivamente jogar não há praticamente dúvidas.
Nos últimos dias ouvimos várias críticas a Luís Filipe Scolari, especialmente de pessoas ligadas ao FC Porto, que questionam a não convocação de Vítor Baía e de Ricardo Quaresma. Da minha parte, e enquanto seleccionador de bancada, como todos somos nestes momentos, penso que quer um quer outro poderiam ser escolhidos, pois tem valor para tal. Tem-no intrinsecamente numa avaliação feita a nível das qualidades técnicas individuais que tem evidenciado, mas também se fizermos uma análise comparativa com aqueles que, parece, ocuparão os seus lugares.
Apesar disso, penso que a questão não pode ser colocada nestes termos. Em primeiro lugar o seleccionador nacional tem dados que nós não conhecemos e que poderão estar na origem das suas decisões. Em segundo lugar, o seleccionador tem uma filosofia de jogo e uma cultura de equipa que pode ser mais adequada a determinado perfil de jogador do que outro, aspecto que devemos respeitar. Da minha parte, eu respeito e dou-lhe apoio nas escolhas que fizer, mesmo sabendo que Luís Filipe Scolari nem sempre foi coerente ao longo do tempo que leva no comando técnico da equipa nacional.
Aquilo que esperamos é que Luís Filipe Scolari saiba colocar em jogo, durante o Campeonato do Mundo, aqueles que estejam em melhor forma e que não seja necessário perder um jogo para se aperceber de erros graves, como aconteceu no Euro 2004.
A favor do "sargentão" e na origem do meu apoio às suas decisões está o facto de Luís Filipe Scolari ter conseguido os melhores resultados da história da selecção portuguesa depois do Mundial de 66. Para além disso, é notório que a nossa equipa, mesmo não tendo uma base de escolha muito vasta (como o Brasil, por exemplo), tem conseguido manter uma união exemplar, muito por força do espírito de grupo que há entre os jogadores que tem sido escolhidos.
Eu acredito e vou "torcer" pela nossa equipa. No entanto, e para os espíritos mais triunfalistas, lembro os resultados da nossa presença em Campeonatos do Mundo:
a) Só conseguimos estar em fases finais do Campeonato do Mundo por 3 vezes.
b) O melhor que conseguimos foi o 3º Lugar, no longínquo ano de 1966.
c) As duas últimas participações foram absolutamente vergonhosas, nomeadamente as do México/86 e da Coreia/Japão/2002.