A marginal que liga Vila do Conde à Póvoa de Varzim foi objecto de intervenção no âmbito do programa Polis. O projecto era assinado pelos arquitectos Siza Vieira e Alcino Soutinho o que fazia prever a transformação daquele espaço num verdadeiro ex-libris da nossa terra, razão pela qual nós, os Vilacondenses, muito esperávamos da obra.
A verdade é que o projecto acabou por se transformar num verdadeiro pesadelo, pois apresenta-se desoladoramente feio, desumanizado e perigoso. Pessaolmente já alertei para essa situação várias vezes, tendo inclusivamente escrito um artigo de opinião n'O Primeiro de Janeiro sobre o tema onde expliquei de forma clara as minhas críticas.
Hoje, o Jornal de Notícias publica uma notícia/reportagem onde dá voz à desilusão de inúmeros utilizadores, que de forma explícita se queixam daquilo que salta à evidência de qualquer cidadão.
Quem não concorda com esta opinião generalizada é o Sr. Presidente da Câmara, que utilizando um argumento fantástico diz que está tudo muito bem: "é uma obra assinada por dois arquitectos de renome". Confesso que este tipo de argumentos me causam profunda repulsa, mostrando da parte de quem os utiliza a assunção de uma menoridade intelectual ou um complexo de inferioridade que eu, pessoalmente, não aceito para mim próprio. Com efeito, um projecto pode ser assinado pelo melhor arquitecto do mundo mas eu, enquanto utilizador do espaço, tenho perfeita capacidade para o observar e para saber dizer se o mesmo corresponde ou não às minhas expectativas ou à utilidade que se pretende retirar. Neste caso concreto, a verdade é que o projecto de Siza Vieira e Alcino Soutinho é claramente mau. Aliás, não tenho qualquer problema em assumir que o considero muito fraco e nada consentâneo com aquilo que aquela zona merecia.
O blog O quintal deles refere-se ao assunto.
quarta-feira, maio 10, 2006
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4 comentários:
O facto dos arquitectos serem de “renome” não implica que as pessoas (que apenas têm nome) não possam ter uma opinião desfavorável ao resultado do projecto. Com tanto alcatrão mais parece que aquela marginal foi pensada para carros, motas… (e lambrettas :-)) do que para pessoas que gostam de andar a pé e desfrutar a proximidade do mar. Junto-me ao grupo daqueles que ficaram desiludidos com o resultado final da obra…a marginal ficou a parecer um enorme parque de estacionamento… Talvez por isso até pensaram (ou pensam!!!) instalar lá uma bomba de gasolina.
Esta história dos “arquitectos de renome”, faz-me lembrar a história de Hans Christian Andersen “O Fato Novo do Sultão”…Quem não conhecer este conto, pode lê-lo aqui. Qualquer semelhança com a realidade poderá apenas ser mera coincidência…
http://purl.pt/768/1/contos/fato-novo-do-sultao.html
Nota: Saber de notícias de Vila do Conde de Lambretta poderá ser interessante :-)
Pode ler-se aqui uma versão adaptada desse conto (por JM)
Cristina,
Fico contente por vê-la por cá. É sempre gratificante sabermo-nos lidos por quem se interessa pelas coisas e por debatê-las com o mínimo de profundidade.
O "rei" vai nu! Em Vila do Conde procura-se arquitetos para se mostrar obra, não se tem o cuidado de pensar na sua utilização, porque só tem utilidade se as pessoas beneficiarem. Isto não acontece com estas obras do polis, porque não dá grande prazer frequentar. Já nos chamam a cidade do alcatrão. Costumo passear em frente à praia ainda não vi os mentores desta obra. Será que têem vergonha. O verão ainda não começoue já é um caos com os carros em cima dos passeios. É um crime as pedras graníticas já estão todas pretas. Como se vai recpcionar uma obra destas. Snr Cinzento Viera peça desculpas aos Vilacondenses por este projecto. Uma cidade só é simpática se tiver luz e côr e gente na rua.Um cidadão Vilacondense com direito à indignação.
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