quarta-feira, junho 28, 2006

Vera Sampaio


O Público colocou na primeira página de ontem a notícia da nomeação de Vera Sampaio, filha do ex-Presidente da República Jorge Sampaio, para assessora do Ministro Pedro Silva Pereira. Li a notícia, que mais não é do que uma simples e neutra descrição de factos. Apesar disso, a chamada de um assunto tão banal como este à primeira página não é nada ingénua. No fundo a intenção é levar as pessoas para os já aqui referidos pensamentos negativos quanto à classe política, às amizades, privilégios, etc.
Neste assunto estou particularmente à vontade. É conhecida a minha ligação ao PSD, principal partido da oposição ao Governo e não conheço as pessoas envolvidas. Mas porque me parece importante fazer pedagogia democrática vou dar a minha oponião sobre o assunto.
Em primeiro lugar gostava de dar os parabéns ao Ministro que nomeou Vera Sampaio para sua assessora. Sem necessidade de conhecer a pessoa em causa, penso que a sua formação académica (direito) e aquilo que representa de experiência pessoal o facto de ser filha de alguém com a experiência política de Jorge Sampaio fazem dela uma mais valia para o Gabinete. Como é lógico, parto do princípio que o Ministro tem confiança em Vera Sampaio, aspecto que precede os que referi.
Em segundo lugar parece-me que a nomeação das pessoas que integram o gabinete de um Ministro deve ser da sua inteira e única responsabilidade. Não me parece justo que se criem outro tipo de limitações que não aqueles que a lei prevê. Ora, neste caso esses princípios estão absolutamente respeitados, conforme a referida notícia confirma.
Em terceiro lugar penso que é absolutamente natural que um Ministro de um Governo eleito pelo PS escolha para o seu núcleo restrito de trabalho pessoas em quem tenha absoluta confiança. Mais, parece-me natural que essas pessoas sejam militantes socialistas ou muito próximas.
Em quarto lugar entendo que quaisquer apreciações devem ser feitas, não aos nomeados mas sim aqueles que os nomeam. Neste caso, quem deve ser avaliado é o Ministro Silva Pereira em função do desempenho que tiver. Se, por acaso, ele escolheu mal os seus colaboradores, mais probabilidades haverá de o seu desempenho ser deficiente. Por isso mesmo é que esta é uma responsabilidade que assume sozinho.
É tempo de acabarmos de vez com a hipocrisia nestas coisas e de assumirmos - todos - um modelo saudável de funcionamento do Estado.

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