sexta-feira, junho 16, 2006

Assembleia Municipal - 1

Decorreu na última noite a sessão de Junho da Assembleia Municipal de Vila do Conde. Sobre ela vou apenas deixar duas notas sobre os assuntos que me pareceram mais importantes.
O primeiro foi introduzido pela bancada do PSD, que criticou a Câmara Municipal quanto à muito falada obra de requalificação da marginal. Na declaração efectuada, o meu partido criticou o facto de a Câmara, entidade motora da obra, estar a reconhecer, ainda antes da mesma estar concluida, que irá haver necessidade de fazer "ajustamentos" à mesma. Ou seja, a Câmara assume que logo que a obra esteja terminada vai gastar dinheiro para a reparar. Ora, a pergunta é simples: se assim é, porque razão não o faz de imediato, evitando gastar dinheiro duas vezes na mesma obra?
A isto o PS respondeu com dois argumentos:
1.- A obra, ao contrário do que dizem, é muito apreciada pelos vilacondenses. Para eles, a prova disso é a quantidade de pessoas que utilizam a marginal, que dizem ser em número superior ao que o fazia antes.
2.- Os "ajustamentos" ocorrerão sobre aspectos muito simples e ainda nem sequer há a certeza de virem a ser efectuados. Para mais, a obra é assinada por um arquitecto que nunca aceitaria que nada fosse alterado face ao que foi projectado.

Quanto ao primeiro argumento, ele assenta em dois pilares muito pouco sólidos. O primeiro é o de que não há qualquer evidência de que haja hoje mais pessoas a utilizar a marginal do que aquelas que o faziam antes das obras. Dizê-lo equivale a dar um palpite tão certo como dizer que o Rio Ave tem mais água do que o Rio Cávado, só porque se viu um quando a maré estava cheia e o outro quando a maré estava vazia. O segundo é que, mesmo que admitissemos que há mais gente a circular naquele espaço, isso não significa necessariamente que as pessoas apreciem a obra. Aliás, isso permite é que a insatisfação seja ainda mais forte do que seria se a obra fosse pouco utilizada.

No que respeita ao segundo argumento, acredito que haja, efectivamente, razões de ordem contratual e talvez até legal que impeçam que se altere aquilo que foi projectado. Ora, se assim é, a Câmara não pode deixar de ser ainda mais censurada na sua actuação, já que deu o seu acordo a um projecto que se prova agora ser mau para os vilacondenses.

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