quarta-feira, junho 07, 2006

Notas sobre o EuroLambretta - IV

Sendo um evento de caracter internacional, o EuroLambretta cria em todos os participantes uma responsabilidade interior que cada um exprime à sua maneira: a representação do seu país. Por isso, é normal que cada país representada desenvolva formas próprias de afirmar a sua identidade nacional.
Para nós portugueses, ainda para mais em França, este evento teve momentos de alguma emoção, seja pela afectividade que sentimos de todas as restantes delegações, que nos felicitavam por sentirem o movimento Lambrettista nacional estar a crescer, mas muito especialmente pelos muitos emigrantes com quem contactamos.
A este propósito, gostava de registar, desde logo o “braço direito” da organização, um português que se mostrou inexcedível em esforço e competência para que tudo corresse bem. Podia referir a empregada de mesa que ficou de serviço à nossa mesa no jantar de gala, uma francesa de origem portuguesa que todos os anos visita a família em Recarei, Paredes. Podia acrescentar um dos elementos do Grupo Folclórico de Issoire, que actuou no jantar de gala, um simpático cidadão nacional que vive em França há quase 40 anos. No entanto, não posso esquecer o brilho nos olhos de uma mulher de aspecto humilde, que no seu rosto marcado pelas dificuldades da vida veio ter connosco mal viu a bandeira portuguesa numa das nossas Lambrettas, exibindo com orgulho os seus dois filhos pequenos, que traziam vestidas duas camisolas com as cores da bandeira nacional e uma simples palavra estampada: Portugal.
A alegria de nos ver era enorme. O orgulho de ser portuguesa era evidente. O prazer de ver que também havia compatriotas dela no meio daquela grande manifestação internacional era uma forma dela própria se poder afirmar na comunidade em que vive.
A vivência destes momentos e destas sensações é difícil de descrever. No entanto é de tal forma intensa que nos faz ganhar um maior respeito ainda por todos aqueles que buscam melhor vida noutras paragens, mas que nunca esquecem as suas raízes nem o orgulho de serem portugueses.

6 comentários:

Anónimo disse...

É facil verificar porque é que as pessoas têm que ir trabalhar para outros paises, em Portugal só consegue um bom emprego quem tem uma cunha ou quem tem amigos influentes, isto acontece em todos os partidos.É os politicos que temos, andamos a criar os monstros, temos que levar com eles...(Vila do Conde tambem é exemplo e não é só no PS, no PSD tambem acontece.

MPaiva disse...

Brilhante raciocínio!

Anónimo disse...

;-)

Anónimo disse...

eu também ficava com um brilho nos meus olhos quando o via todos os dias no seu humilde lancia ,a andar a nossa custa

MPaiva disse...

O brilho nos olhos pode ser consequência de muitas coisas. Espero que se consiga tratar desse mal, qualquer que ele seja.

Anónimo disse...

Eu já fui emigrante e sei bem o que isso significa. Longe, até parece que a nossa pátria tem muito mais valor.
Parabéns pelo blog.